
Oi de novo! Aqui estou, falando de Damur, ou pelo menos tentando escrever. Não tenho conseguido me conectar nestes últimos dois dias, pois tudo tem sido bem corrido. Ontem me reuni com um dos lideres dos Drusos (uma das divisões do Islã), Sheik Sami Abil Mona, e também diretor da IRFAN Schools, uma ONG que escolariza crianças com poucos recursos econômicos.. Pela tarde fomos a uma conferência de diálogo entre religiões onde temas como religião e politica, ou religião e o estado, foram discutidos, principalmente tendo em conta o complicado formato do governo Libanês, onde cada religião é representada no governo, num total de 18 religiões ou seitas. Isto causa alguns problemas e fricções entre as pessoas das diferentes religiões.
Toda a conferência foi em árabe mas por sorte eu pude levar um amigo meu que e' daqui, e ele nos traduziu do árabe para o inglês. Foram várias opiniões e posicionamentos interessantes, especialmente o posicionamento Chiita sobre um estado religioso, onde eles tomam como exemplo o Irã (os Chiitas que moram aqui no Líbano são fortemente influenciados pelo Irã e são a maioria da população no país, causando fricção e temor entre as pessoas das demais religiões dado ao seu extremismo e vontade de ter mais poder político). Esta manhã fomos à Fundação Imam Sadr, uma fundação Chiita que trabalha com crianças de todo tipo (especialmente órfãos que perderam seus pais neste ultimo conflito com Israel), oferecendo escolaridade, moradia, saúde e treinamento profissional. Esta fundação é uma tentativa genuína de ajudar a população de Tiro (onde eles estão localizados) e também no resto do Sul do Líbano.
Depois desta reunião, nos encontramos com Tekimiti Gilbert, Chefe de Operações das Nações Unidas, um homem encantador que nos explicou sua visão sobre o Sul do país, os Chiitas, Hezbollah e a situação politica. Ele esta coordenando a retirada de minas no sul do Líbano colocadas pelos Israelenses durante a guerra do verão passado. Ele mora na região há mais de dois anos. Este encontro foi muito interessante, pois foi totalmente “casual”. Encontramos uns escritórios montados pelas Nações Unidas e decidimos passar pela entrada e perguntar para os soldados se podíamos entrar e falar com alguém que trabalhasse com a ONU. Explicamos que estávamos fazendo parte de uma equipe de reconciliação que trabalha com vários projetos ao redor do mundo (Africa, Irlanda e Oriente Médio) trazendo uma maior união entre pessoas dos dois lados de um conflito. Eles nos deixaram entrar e pudemos ter uma boa conversa sobre a situação do Líbano e como era a visão dele para o futuro deste país. Foi verdadeiramente uma benção de Deus.
Tenho visto que Deus tem aberto muitas portas para conhecer muitas pessoas, conversar, e ter a chance de conhecer diferentes pontos de vista, tanto políticos como religiosos. Tem sido bom ver como o povo deste país e' extremamente forte e luta para se recuperar, tentando resgatar a economia e a esperança.
Parece que o que as pessoas realmente querem é poder viver em paz e, se possível, viver juntas. Existem tantos problemas que é muito difícil explicar tudo em um pequeno texto. No entanto, tenha este país nas suas orações. É o ÚNICO país em todo o Oriente Médio que VERDADEIRAMENTE aceita diferentes religiões, com grande liberdade de expressão. Este país é um exemplo para o Oriente Médio. Mas, tristemente, muitos países (do Oriente e do Ocidente) possuem agendas diferentes e querem usar o Líbano como o palco onde lutar as suas batalhas.
Filipe Amado
Toda a conferência foi em árabe mas por sorte eu pude levar um amigo meu que e' daqui, e ele nos traduziu do árabe para o inglês. Foram várias opiniões e posicionamentos interessantes, especialmente o posicionamento Chiita sobre um estado religioso, onde eles tomam como exemplo o Irã (os Chiitas que moram aqui no Líbano são fortemente influenciados pelo Irã e são a maioria da população no país, causando fricção e temor entre as pessoas das demais religiões dado ao seu extremismo e vontade de ter mais poder político). Esta manhã fomos à Fundação Imam Sadr, uma fundação Chiita que trabalha com crianças de todo tipo (especialmente órfãos que perderam seus pais neste ultimo conflito com Israel), oferecendo escolaridade, moradia, saúde e treinamento profissional. Esta fundação é uma tentativa genuína de ajudar a população de Tiro (onde eles estão localizados) e também no resto do Sul do Líbano.
Depois desta reunião, nos encontramos com Tekimiti Gilbert, Chefe de Operações das Nações Unidas, um homem encantador que nos explicou sua visão sobre o Sul do país, os Chiitas, Hezbollah e a situação politica. Ele esta coordenando a retirada de minas no sul do Líbano colocadas pelos Israelenses durante a guerra do verão passado. Ele mora na região há mais de dois anos. Este encontro foi muito interessante, pois foi totalmente “casual”. Encontramos uns escritórios montados pelas Nações Unidas e decidimos passar pela entrada e perguntar para os soldados se podíamos entrar e falar com alguém que trabalhasse com a ONU. Explicamos que estávamos fazendo parte de uma equipe de reconciliação que trabalha com vários projetos ao redor do mundo (Africa, Irlanda e Oriente Médio) trazendo uma maior união entre pessoas dos dois lados de um conflito. Eles nos deixaram entrar e pudemos ter uma boa conversa sobre a situação do Líbano e como era a visão dele para o futuro deste país. Foi verdadeiramente uma benção de Deus.
Tenho visto que Deus tem aberto muitas portas para conhecer muitas pessoas, conversar, e ter a chance de conhecer diferentes pontos de vista, tanto políticos como religiosos. Tem sido bom ver como o povo deste país e' extremamente forte e luta para se recuperar, tentando resgatar a economia e a esperança.
Parece que o que as pessoas realmente querem é poder viver em paz e, se possível, viver juntas. Existem tantos problemas que é muito difícil explicar tudo em um pequeno texto. No entanto, tenha este país nas suas orações. É o ÚNICO país em todo o Oriente Médio que VERDADEIRAMENTE aceita diferentes religiões, com grande liberdade de expressão. Este país é um exemplo para o Oriente Médio. Mas, tristemente, muitos países (do Oriente e do Ocidente) possuem agendas diferentes e querem usar o Líbano como o palco onde lutar as suas batalhas.
Filipe Amado

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